domingo, 11 de maio de 2014

Capitulo 4

Sophie

Home sweet home. E aqui estou eu. Me sentindo livre, confortável e bem. Saudades é uma coisa que sufoca o coração, não conseguia raciocinar fora de Nova Iorque, me sentia sufocada. Era isso, estava sufocada. Agora eu finalmente conseguia respirar, finalmente o oxigênio entrava tranquilamente pelos meus pulmões e passeava pelo meu sangue. Sorri ao abrir as cortinas e ver o Sol frio adentrar a sala. Boa tarde Nova Iorque. 
Tenho feito o possível para não pensar no que fiz, não quero de forma alguma me lembrar dessa escolha. Se pudesse arrancaria esse pedaço da minha memória, me sinto culpada. Na verdade eu sou culpada. Fui embora sem ao menos dizer tchau, não disse nada a elas. Esqueci de todas as promessas ao fazer isso, eu sei, eu tenho consciência. Mesmo me sentindo culpada, eu não vou pensar no assunto. Não vou pensar em Lara e em como ela deve estar aos prantos, se perguntando o que deveria ter feito, por que fez, aonde errou, o que mereceu para isso. Senti um aperto no peito e engoli o nó na garganta. Nem pensar em Lorrana que deve estar consolando ela e se fazendo de forte, mas imagino-a entrando no quarto finalmente chorando, soluçando, lembrando de tudo o que já passamos juntas e não conseguindo rir com os micos, só chorar, porque foi isso que nossas lembranças engraçadas viraram: lágrimas de saudades. 
Enxuguei as minhas lágrimas e me sentei no sofá com a cabeça baixa. Soltei todo o ar dos meus pulmões e olhei em volta. Parece que o agradável Sol frio de Nova Iorque está frio demais e o brilho não está tão estonteante. Na verdade está desagradável e me deixando desconfortável. Me ajeitei no sofá. "Que sala sem graça" pensei. Esse sofá está frio, essa lareira poderia ser de verdade, a mesa poderia ser maior para caber mais pessoas, mas quem eu teria para passar noites de pizza e risadas acolhedoras nessa mesa? Se as meninas estivessem aqui isso não seria problema. Se tudo estivesse bem, se eu não tivesse desistido, se... Senti um calafrio e me levantei balançando a cabeça e rejeitando esses pensamentos. Estou em casa, estou feliz. Andei até a cozinha e preparei um chá. Poderia chamar alguns dos meus colegas para uma noite de pizza. É, vai me distrair. Peguei o celular e liguei para Megan, minha colega de trabalho. 

- Oi! Você ligou para Megan, não estou no momento, estou nas Bahamas! Uhuuuul! Quando eu voltar te retorno... Se eu gostar de você, tchau! -Ri. Droga, tinha me esquecido da viajem com o namorado dela.

Talvez o Mark, outro colega de trabalho, estivesse disponível. Liguei para ele. 

- Pois não.

- Mark?

- Sim.

- Mark, é a Sophie. -Empolgada- Eu gostaria de saber se você tem alguma programação para hoje a noite? -Sorri.

- Ei Sophie! Desculpe, eu gostaria de estar disponível mas eu vou fazer hora extra. 

- Ah, tudo bem então... -Desfiz o sorriso.

- Desculpe, preciso desligar. Até mais Sophie.

- Até... -Desliguei.

Quem mais poderia sair comigo? Tem a Brity, minha única amiga próxima aqui, mas ela viajou para a França a negócios... a 2 anos. 
Funguei e me sentei no sofá novamente. O que estava errado? Por que eu estava me sentindo estranhamente desconfortável na minha casa em Nova Iorque?! Por que tudo parecia esquisito demais?!!! 
Me levantei furiosa, "já chega, essa situação está ficando insustentável!" Pensei "Se recomponha Sophie!". Coloquei a xícara de chá cheia em cima da mesa, vesti um casaco e sai batendo o pé. Que coisa! 
Preciso dar uma volta no Central Parque e tudo se resolve. 

[...] 

Nada se resolveu. Muito pelo contrário, aqui estou eu: Sentada no chão tomando a terceira taça de vinho, chorando depois de ver 3 adolescentes andando e rindo pelo parque, vendo vídeos antigos meus com as meninas. Éramos tão diferentes das meninas normais, mas tínhamos sonhos impensáveis que alcançamos por apoiar uma a outra. Funguei terminando de ver um vídeo meu com a Lorrana. "Mas que droga!" Pensei. Será que eu não conseguia me recompor?! Tudo por causa dessas meninas?! Tudo por conta das coisas do passado?! Me revoltei! Isso é um saco, estou cansada, CANSADA, de ficar remoendo a culpa. E parece que sempre há algo no meio do meu caminho para me fazer lembrar dela. 

- Chega Sophie! -Cruzei os braços e prestei atenção no filme de romance que passava na TV. Meus pensamentos ainda gritavam o nome de Lorrana e Lara- Cala a boca! -Gritei para a minha cabeça e por um instante questionei minha sanidade. 

Aumentei o volume da TV a ponto de incomodar quem quer que estivesse ao lado do meu apartamento. Bufei. Preciso de um banho. Não faz nem duas horas da tarde e eu estou fedendo e ligeiramente bêbada. Que horror! Sophie, isso não é seu estilo. Me levantei e fui até o armário. Preciso de uma roupa confortável, nada de se importar com beleza agora. Estou para baixo por causa das meninas e isso me tira a empolgação de qualquer embelezamento, elas eram tudo para mim naqueles tempos, era tudo o que me importava, era minha única preocupação, "Droga Sophie! Você só tinha que tomar conta de duas!!! " Parei de dedilhar as roupas e comecei a revira-las com raiva. "Mas que bosta você fez!!! Você fracassou! FRACASSOU! Deveria ter tomado mais cuidado, você não prestou atenção nas suas escolhas! Por que fez isso Sophie? Você esqueceu das suas promessas! Vocês não as merece!" Passei a jogar as roupas com força sobre a cama e minhas lágrimas já nem eram mais controladas. "Que porcaria! Por que você tinha que ter feito isso?! Por que não tentou aproveitar sua segunda chance?! Você não teve só uma Sophie! Você teve duas!!!" Soquei o armário enquanto jogava mais roupas, até chegar ao fundo dele, onde encontrei o que não deveria ter encontrado. Solucei parando imediatamente com o meu ataque de raiva e olhando em estado de choque para a blusa. Instantaneamente minha mente me direcionou no tempo e lá estava eu, no dia 23 de novembro de 2012, na oitava série, com a mesma blusa que as meninas. Nos encontramos no topo da escada aos gritos. Era nosso ultimo ano no Ensino Fundamental, finalmente iríamos para o Ensino Médio!!! Estávamos tão empolgadas. Era o dia do trote, teríamos que ir com a roupa igual a de um colega, para parecermos gêmeos. Fomos trigêmeas porque nunca ligamos para regras mesmo. Não estávamos acreditando que no ano seguinte faríamos parte dos grandões da escola. Mal sabíamos que para isso enfrentaríamos um ano de muita dificuldade, mal sabíamos que deixaríamos algumas coisas entrarem no nosso caminho, que esqueceríamos de nós e nos aventuraríamos com outras pessoas. Enfrentaríamos um ano em que nem olharíamos uma para a outra e se olhássemos as lágrimas surgiriam. Mal sabíamos que a nossa felicidade estava prestes a acabar, que nossa fidelidade seria testada e que sofreríamos para nos manter unidas por mais um ano. Venceríamos, mas não seríamos mais as mesmas. Querem um conselho? Não cresçam! Vocês se esquecem das coisas importantes na sua vida por coisas tolas e infelizmente as perde! 
"Yes Way" li mentalmente o que estava escrito na blusa. Ri. Nunca soubemos ao certo o que essa frase significava, só a escolhemos porque era a nossa cara. Talvez agora eu saiba, agora eu entenda. O destino talvez estivesse tentando nos avisar, nos avisar de que precisaríamos ter seguido um único caminho, juntas. Um único caminho naquele dia, um único caminho no Ensino Médio, um único caminho naquele dia no aeroporto, um único caminho todos os dias da nossa vida, um após o outro, e venceríamos as barreiras que hoje nos venceram. (N/a: pra quem quer saber... Sim, eu estou aos prantos porque to escrevendo isso ouvindo Half a Heart!) Urrei finalmente acordando do meu surto de raiva e me dando conta de que minha consciência estava tentando me digerir pouco a pouco sem eu nem tentar lutar. Arranquei a blusa do armário e marchei até a cozinha.

- JÁ CHEGA!!! -Berrei abrindo o armário e tirando uma tesoura- EU. CANSEI. DISSO.! -Gritei pausadamente enquanto picotava a blusa- ME DEIXEM EM PAZ!!! -Peguei o fósforo- EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO! -Acendi o fósforo e taquei em cima da blusa- ISSO É POR VOCÊS NÃO TEREM PENSADO EM MIM QUANDO COMEÇARAM A MUDAR NAS FÉRIAS ANTES DO ENSINO MÉDIO!!! -Rangi os dentes apontando para a camisa no chão que pouco a pouco pegava fogo- ISSO É POR VOCÊS NÃO TEREM PENSADO EM MIM QUANDO BRIGARAM NA PORCARIA NO PRIMEIRO ANO!!! -Peguei o vasinho de flores em cima da bancada da cozinha e o taquei na blusa- ISSO É POR VOCÊS NÃO TEREM PENSADO EM MIM QUANDO RESOLVERAM VIRAR PESSOAS DESCONHECIDAS DEPOIS DAS BRIGAS!!! -Pisoteei a blusa cheia de cacos de vidro e terra- E ISSO É POR VOCÊS NÃO TEREM PENSADO EM MIM QUANDO RESOLVERAM PARTIR E ME DEIXAR PARTIR!!! -Taquei a blusa na parede e me sentei aos prantos no chão. 

O que estava acontecendo comigo? Por que eu estava assim? Eram só amigas, só isso...

- O que você quer que eu faça Ryan? Que eu te deixe?! Que eu te esqueça?! Mas eu quero ficar aqui! Aqui é o meu lugar Ryan!!! -A mulher berrou aos prantos na televisão. Tinha me esquecido de que estava ligada. 

- Rachel eu quero que você seja feliz! Vá atrás do que te faz feliz!!! -Ele berrou de volta- Eu não sou sua felicidade Rachel, eu... Eu estou a beira da morte. -Ele fungou e eu também funguei atenta ao som que saia da televisão- Não posso ser o que você quer, servi por um tempo Rach mas a sua verdadeira felicidade chegou. Vá atrás do Chris e continuem a história de vocês, eu sempre estarei aqui -Apontou para o seu coração- Te esperando quando quiser voltar, nunca sairei de você, mas você sairá de mim para ser feliz.

- Mas eu lutei para estar aqui Ryan, não posso abrir mão de você... -Choramingou.

- Não Rach, eu fui fácil... você abriu mão de Chris para estar aqui, esse foi o seu erro. -Ele tossiu- Vai atrás do que você perdeu e me deixe orgulhoso Rachel.
- Não... -Eu e Rachel respondemos ao mesmo tempo suplicantes.

- Rachel, vá atrás de quem te fará feliz. -Ele tossiu novamente e eu choraminguei- Se você ficar eu morrerei dentro de horas e você terá perdido o vôo e a chance de ser feliz, mas se ir, eu morrerei feliz por você ter conseguido aceitar. -Ele Sorriu amarelo e eu solucei. 

- Adeus Ryan... -Foi a única coisa que ela falou antes de sair correndo aos prantos. 

Corri até a TV e a desliguei. "Ah que legal, agora dei para receber conselhos de filmes dramáticos dos anos 60! Legal mesmo isso ai em Sophie" bufei "Será que da para você engolir esse seu orgulho e seguir o conselho que acabou de ouvir?!" Franzi o cenho. A briga interna dentro de mim se dividiu entre o meu cérebro e o meu coração. "CARACA! Será que eu vou ter que gritar com você Sophie??? É a sua ultima chance, consegue entender isso?!!!" Arregalei os olhos.

- Merda! É minha ultima chance! -Bati na minha própria testa- É minha ultima chance e eu estou fazendo tudo errado! -Bati mais. Sanidade se foi okay?

"Isso!!! Finalmente você ta raciocinando!" Esse foi o meu coração falando com o meu cérebro. Olhei para a blusa destruída no chão.

- Aaaaah mas que droga!!! -Corri até ela e a sacudi- Até que não está tão mal. -Fiz uma careta olhando a blusa cheia de buracos, queimaduras e terra.

Certo, chega de escolhas erradas. É hora de fazer uma certa. Corri até o telefone e liguei para a compainha aérea. 

- Blue Airlains, o que deseja?

Lorrana

Eu realmente não queria ler aquela carta para a Lara, foi difícil para mim, imagina para ela. Por mais que eu não queira, eu tenho que me lembrar de que ela já é uma adulta e não a minha bebezinha, é um direito dela saber. Sem tentar pestanejar comecei a ler aquela carta, que a cada palavra lida, fazia meu estômago embrulhar.


"Primeiramente eu queria falar o quão difícil foi fazer essa carta. Eu escrevi e rescrevi varias vezes, pensei em deixar só um recadinho como "Oi, fui embora! Beijos!", ou até não deixar nenhuma explicação e simplesmente sumir. Mas isso não seria justo com vocês. 
Meninas, a essa altura eu já devo estar no meu voo de volta para casa. Sim, voltei pra NYC. Voltei para a minha cidade cinza e movimentada. Não pensem que eu não amo vocês! Pelo contrário, amo muito! Vocês foram aquelas que marcaram minha vida, me ensinaram coisas que eu jamais aprenderia sozinha e que me ajudaram a crescer e encarar a tão monstruosa vida. Não me julguem, por favor! Aqui não é o meu lugar, nunca gostei de calor mesmo. 
Olha, independente de qualquer coisa eu quero que saibam que quando vocês estiverem tristes, com o coração cheio de mágoas, me procurem. Se eu não puder ajudar,
prometo que tomarei um bom porre com vocês e xingarei todos que deixaram vocês assim! Quando vocês estiverem felizes e quiserem comemorar, me procurem. Se eu não puder ser aquela banda
que vocês desejam que toque, posso fazer muito barulho, assobiando, gritando, cantando
e batendo as tampas da panela!
Quando vocês estiverem pra baixo, me procurem. Posso não conseguir levantar o astral de vocês, mas prometo fazer de tudo para que vocês não caiam ainda mais! Quando vocês estiverem com medo de alguma coisa, me procurem. Prometo que vou tirar um sarro da cara de vocês, vou me virar do avesso de tanto rir e vocês vão criar coragem na hora! Quando vocês estiverem com uma confusão muito grande na cabeça, me procurem. Prometo explicar minuciosamente o quanto vocês não entendem nada vezes nada! Essas promessas são para valer... Eu posso estar do outro lado do país, a millhares de quilômetros, mas nada muda. Podem aparecer quando quiserem, e eu prometo que vou aparecer por ai. Só não consigo ficar de vez... E tudo o que passamos? Ficará sempre na memória... aqueles momentos que passamos juntas, nada, nem ninguém será capaz de superar aqueles sentimentos que que vivemos juntas. Sentirei a falta de vocês para todo o sempre, porque sei que vocês não entraram na minha vida para sair dessa forma e sim para permanecer eternamente no meu coração. Vocês sempre souberam que não gosto de despedidas, por isso parti deixando apenas essa carta como uma explicação. Essas palavras podem voar pelos quatro ventos, mas não mudarão em nada. Eu amo vocês, muito, muito mesmo. Lara, tenho orgulho da pessoa que você se tornou. Amadureceu, mas não deixou de ser nossa bebezinha super protegida. Cuida da Loh por mim ta? Loh, também tenho orgulho da pessoa que você se tornou. Sempre foi a mais madura, encarava tudo de peito aberto, e olha agora a mulher que se tornou! Cuida da Lara por mim ta? 
Bom, eu tenho que ir se não perco o voo. Obrigada por tentarem retomar tudo como era antes, e me desculpem por eu não ser capaz de ajudar nisso. Deixei o quarto arrumado, e o controle do portão esta dentro do vaso vermelho. Amo vocês meninas, não se esqueçam disso. 
Com amor,
Sophie."


Os próximos segundos foram confusos e eu não entendi nada. Só consegui ouvir o barulho de algo rolando escada abaixo. Droga, eu não deveria ter lido essa carta para ela, pelo menos não na escada. Tirei a folha do meu campo de visão e só então eu consegui ver a cena. Eu queria rir, muito, mas o momento não me permitiu. Corri até Lara que chorava ao mesmo tempo que gargalhava.

- Lara!!! -Desci a escada.

- Eu... Ela... Escada... -Começou a chorar, dessa vez sem gargalhada. É de partir o coração, que nem quando você vê um cachorro com a pata quebrada, mas a Lara não é um cachorro e não quebrou nada, eu acho... Ou pelo menos espero.

Hospital. Foi a primeira opção que me veio a cabeça quando vi Lara esparramada no chão, mas logo ela foi substituída pela segunda opção que seria gelo e chocolate, ja que me lembrei que Lara odeia hospitais. Foram necessárias 2 barras de chocolate, um pacote de ervilha e 2 horas de muito choro para Lara acabar babando no meu travesseiro apagada. Realmente, essa menina da mais trabalho do que criança, por pouco não enfiei ela numa banheira cheia de água gelada. Nem tive tempo para digerir o que tinha lido a algumas horas atrás, Sophie tinha ido embora sem ao menos se despedir. Doeu tanto saber que ela não ligava para o que iríamos sentir. É fato que ela odeia despedidas, não tanto como eu, mas acho que ela bem sabia que se ficasse para se despedir nós a convenceríamos do contrário, com certeza. É, ela foi esperta, mas e quanto a nós? E quanto as suas melhores amigas? Acho que realmente as coisas acabaram mal, do jeito que não queríamos. Eu havia consolado Lara, sequei seu rosto e ouvi todas as suas reclamções misturadas com choros, mas e quanto a mim? Quanto a minha dor? Quanto as minhas lagrimas? Não poderia exigir isso de Lara, que não tinha estrutura nem para se controlar, que dirá me ajudar. Mas de quem eu exigiria?
Saltei da beirada da cama e peguei minha bolsa na escrivaninha, sabia para onde ir. Escrevi um pequeno bilhete para Lara e o colei na porta sabendo que se deixasse no travesseiro ela nem veria. Desci as escadas e me certifiquei de que as luzes estavam apagadas. Assim que entrei no carro automaticamente a ansiedade para ver Chris e chorar surgiu e o acelerador foi meu único alvo naquele momento. Ganhei três multas nessa brincadeira, não façam isso!
Estacionei o carro e pulei para fora do mesmo correndo imediatamente em direção a porta da casa de Chris. Brand, seu irmão, a abriu me olhando confuso, talvez por eu ter aparecido esse horário na casa deles sem ao menos ter avisado que viria.

- Onde ele esta Brand? -Perguntei tentando disfarçar o nó que sufocava minha garganta deixando minha voz trêmula.

- Loh... -Ele parou ao perceber que não poderia me ajudar nem se quisesse. Brand respirou fundo e abriu passagem- Quarto dele, você conhece o caminho. -Sorriu torto e eu apenas acenei agradecida.

Uma das qualidades de Brand é não perguntar nada para alguém quando percebe que a resposta não é algo bom e confortável para a pessoa, qualidade essa que Chris não tem, mas eu convivo com isso. Entrei as pressas enrolando mais o casaco que estava usando, não era frio, era minha fraqueza se expondo. Aumentei os passos e subi a escada pulando de dois em dois degraus. Não esperei ou fiz cerimônia para bater na porta, apenas abri e entrei. Agradeci mentalmente por ele estar vestido e mexendo no notebook. Vi seu olhar confuso focar no meu marejado e em questão de segundos seu olhar me revelou que ele havia entendido que nada estava bem. Ele ajeitou a postura e esperou que eu falasse.

- Eu não aguento mais segurar... -Foi tudo o que a minha garganta e o nó que se prendia nela me permitiram falar, depois disso foram soluços e lágrimas.

- Ei, ei... vamos com calma... -Ele saltou da cama e me agarrou, foi o suficiente para minhas pernas amolecerem e eu depender de seus braços para continuar de pé.

Chris sabia que eu não conseguiria explicar, não só por causa do choro, mas por falta das palavras. Quando quero desabafar o choro me cai melhor do que as palavras e ele sabe disso, é bom que ele saiba. Nao precisei falar para ele saber que eu estava mal, apenas chorei até sentir que precisava parar por uma questão óbvia, desidratação. Meus pensamentos estavam bagunçados demais para me lembrar de todos os detalhes, só sei que deitei a cabeça no colo de Chris e falei algumas poucas palavras exclarecedoras. Não me lembro do resto.

Lara

Ai.Minha.Cabeça.
Como o meu coração veio parar nela?! Quando isso aconteceu?!
Mais uma batida e eu tive certeza, meu coração foi parar no meu cérebro. E agora?
Levantei mais tonta do que pião, o que não faz nenhum sentido eu sei, e tentei me localizar.
Primeiramente: Quem sou eu? Aonde estou? E por que meu coração esta no meu cérebro? Ok. Lara Martinez. Casa da Lorrana. Chorei feito criança ontem a noite. Isso explica muita coisa. Fui assimilando uma coisa a outra enquanto caminhava até o banheiro da Loh, engoli o nó ao pensar em Sophie e em como ela nos deixou para trás de vez. Meu estômago revirou, não vomitaria, nao tinha nada para vomitar... mas se eu tivesse. Lavei o rosto e me olhei no espelho. Arrependimento define o que eu senti ao fazer isso, ou eu levei uma surra nos dois olhos ou eu estou virando um peixe boi. Ri fraco, claro Lara! Fiz minhas necessidades íntimas e tomei um banho. Sai do banheiro e vi um papel amarelho no meio da grande porta marrom.

"Casa do Chris. Não é uma longa história. Ele pediu minha ajuda numa materia da faculdade. Foi urgência. Volto amanhã. XxLoh"

Foi tudo que ela falou no bilhete que encontrei colado a porta. Ótimo, acho que estou sozinha em casa. Preciso de comida agora mesmo! Desci a escada as pressas e me arrastei até a cozinha. Peguei todos os ingredientes que me forneceriam um produto final de pão com toddy. Cantarolar seria uma ótima opção agora, na verdade, se eu estivesse no meu estado normal eu estaria deformando uma música usando vários tipos de vozes, não cantando. Eu provavelmente usaria todos os utensílios como microfone e dançaria melhor do que uma zebra com caimbra. Eu estaria sendo Lara se não tivesse passado por tudo o que passei até aqui. Essas duas estão acabando comigo internamente e mal sabem. Sophie foi embora, Lorrana é um iceberg e Beh... não vejo ela desde ontem, onde foi que ela se meteu hein?

- Pode fazer para duas por favor? -E esse foi o momento em que eu pulei da bancada com a faca em mãos, gritando é claro. Meus olhos se arregalaram e se eu tivesse um espelho no momento pararia a situação para ver minhas pupilas porque deu a impressao de que rasgaram meus olhos.

- O que você esta fazendo aqui?! -Gritei mais alto do que deveria, ou poderia.

- Bom dia. -Lorrana abriu a porta de casa e nós a olhamos. Assim que ela nos viu arregalou os olhos- O que... ? -Deixou a frase morrer 



                  Eeeeeh
       Capítulo 4 prontinho :D
         Comentem, vão, vão,
             Vão! Agora!!!!!!
                   XxLoh

domingo, 4 de maio de 2014

Capítulo 3


Lorrana

Acordei com a gritaria mais gritante do mundo dos gritos. Sim, esse é o meu despertador. Eu coloco aquele barulho bem irritante para eu me levantar logo e ir desligar ele, assim já é meio caminho andado para o banheiro.
Me levantei e fui até o banheiro. Fiz minhas necessidades, lavei o rosto e escovei os dentes. Tomei um banho rápido e me troquei para ir ao estúdio, hoje o dia começa cedo. Peguei minha bolsa e meus telefones. Desci as escadas dando de cara com todo mundo tomando café silenciosamente na mesa.

-Bom dia. -Coloquei minha bolsa no balcão da cozinha e fui até a mesa, recebendo vários bom dias embolados- Por que acordaram tão cedo?

-Eu e a Duda temos faculdade. -Brenda mordeu uma torrada. Certo, disso eu sei.

-Perdi o sono. -Meio avoada. Isso não é novidade para você Sophie.

-Tenho que ir a um estúdio fotográfico. -Olhou no relógio- E se eu não sair agora eu vou chegar mega atrasada!!! -Lara pulou da cadeira enfiando o resto do seu pão na boca.

-Sem problema, eu te levo. -Fui até a minha bolsa.

-Não vai tomar café? -Sophie perguntou distraida.

-Eu tomo no trabalho.

-Sempre. -Revirou os olhos.

-Duda e Brenda, vão querer carona também? -Ignorei a Brenda.

-Sim! -Levantou e foi até o banheiro.

-Só vou escovar os dentes. -Brenda foi atrás de Duda.

-Ótimo, eu vou pegar a minha bolsa. -Lara subiu as escadas correndo.

-E você Sophie, acha que consegue ficar sozinha? -Tentei brincar.

-Fico sim. -Ainda mantinha um olhar vago.

-Se precisar de alguma coisa é só me ligar, o almoço fica congelado na geladeira não não, no forno, é só ferver. -Sorri torto.

-Eu vou comer fora, mas obrigada. -Sorriu sem graça.

-Ah, por nada. -Desfiz o sorriso e coloquei a bolsa no ombro- Avisa as meninas que eu já estou no carro. -Sai andando em direção  a porta. Ouvi um "uhum" vindo dela e revirei os olhos. Se ela não gosta mais da a gente porque está aqui? Se está tão ruim vai embora! Argh! Que raiva! Hoje vai ser mais um dia de muito mal humor.

Entrei no carro quase que quebrando a porta. Coloquei o volume do rádio no máximo e fechei os olhos. Nada como uma música para me acalmar. Não, não. Titanium?! Troquei a música rapidamente. Foi por causa da Sophie que começamos a gostar dessa música. Droga. Deixei que Pitbull e Kesha tentassem me animar com Timber, claro que de nada adiantou, mas o que vale é a intenção né. Ouvi a porta do carro ser aberta e abaixei o volume do som.

-Para que tão alto? -Lara perguntou assustada.

-Relaxa. -Sorri sem graça.

-Pronto. -Brenda falou entrando no carro seguida por Duda.

Liguei o carro e dei ré. Hora da luta.
Acelerei e sai do condomínio.

[...]

Finalmente, depois de dar voltas e mais voltas atrás do bendito estúdio fotográfico, eu cheguei a Millenuim's.
Estacionei o carro e fui em direção a sala do meu empresário.

-Bom dia! -Steven sorriu alegre.

-De bom não tem nada! -Fechei a porta e me joguei na cadeira.

-Iiiih, o que aconteceu? -Desfez o sorriso.

-Ah sei lá, perdi minhas melhores amigas e agora tenho que aguentar isso como se fosse um castigo por eu ter vindo pra cá e deixado elas para trás. -Irônica- Só isso, nada demais. -Olhei com raiva para ele, e o coitado nem culpa tem.

-Se você quiser podemos deixar para gravar a música depois. -Compreensivo. Bufei.

-Não, que isso. Desculpa eu... -Respirei fundo- Olha, esquece isso. Você não tem culpa de nada. Vamos gravar logo a música.

-Certeza? Não quer esfriar a cabeça não?

-Uhum, certeza. -Me levantei indo até o Estúdio de gravação.

-Vai ser Brand New Me (N/a: O dia que eu cantar igual a Alicia Keys eu provavelmente vou cair da cama e acordar ;) aaaaah, eu gostaria de ter algumas dicas de músicas por favor) mesmo? -Me seguindo.

-Sim. -Me sentei no banquinho de metal e coloquei os fones. Hora de esquecer o mundo.

Depois de quase 3 horas gravando e muito cansaço eu fui para a sala do lado, o lugar que mais amo, chamo ela de paradise. É uma sala toda fechada e a prova de som, um silêncio perfeito. Climatizada e confortável. Deitei no sofá de couro, para não dizer que me joguei nele. Fechei os olhos e fiquei repassando todos os momentos que me trouxeram alegria durante toda a minha vida. As meninas estavam presentes em quase todos eles. Suspirei ao perceber que eu havia perdido meus dois tesouros por simples interesse material.
Virei de lado e vi o meu caderno em cima da mesa. Por que não? É o que eu faço de melhor. Me sentei e peguei o caderno juntamente com um lápis. Hora de desabafar pro mundo. Olhei para o teto e lembrei de coisas que me fizeram rir enquanto éramos amigas, o que não foi difícil. Fiquei igual uma boba olhando pro teto e rindo. Pensei nos momentos bons que compartilhamos, os conselhos, o apoio, a ajuda, tudo o que mais me fez ser alguém melhor. Lembrei de cada promessa, de cada segredo. Tudo.
Quando me dei conta já tinha uma música mais do que pronta, e na minha opinião perfeita, em mãos. Pulei do sofá com um sorriso gigante no rosto. Sai correndo igual uma criança atrás de Steven.

-STEVEN!!! -Gritei correndo e rindo- CADE VOCÊ?! -Passei pela recepção- STEVEN!!!

-Sala de reuniões. -Dayse respondeu com desdém e sem desgrudar os olhos do computador. Ela é simplesmente a secretária mais sinistra de todas. A mulher nem olhar para mim olhou, da até medo.

-Obrigada... -Sai de fininho. Essa mulher me causa arrepios do tipo "Fique longe, eu respiro trabalho e como computador!"

-Steven! -Gritei abrindo a porta da sala de reuniões- Eu preciso most... -Parei de falar percebendo que tinha interrompido uma reunião. Claro né Lorrana! Achou que ele estivesse tomando chá?!

-Lorrana? -Perguntou me vendo constrangida.

-Ér... Desculpa interromper. -Me voltei para a porta.

-Não, tudo bem. É algo grave, com urgência? -Preocupado, provavelmente pelo jeito como eu cheguei na sala.

-Não, é uma música nova e... -Olhei para os 6 homens a mais naquela sala que me encaravam curiosos e bravos- Conversamos depois do almoço pode ser? -Coloquei a mão na maçaneta. Socorro! Que vergonha.

-Ah, claro! -Respondeu percebendo que eu estava desconfortável com a situação- Eu vou ficar te esperando na minha sala. -Sorriu.

-Certo. Peço desculpa mais uma vez. -Olhei tímida para os homens carrancudos e sai da sala fechando a porta.

Suspirei. Nossa Lorrana, sua educação também mudou? O que que foi isso? Espera e como assim "também" mudou? O que mudou? Espera, o que? Aaaah, eu preciso de comida! E eu preciso do Chris! Me desencostei da porta e fui em direção ao estúdio de gravação. Peguei minha bolsa e coloquei meus sapatos, sim eu fico descalça na gravadora, me inspira. Liguei para Chris.

-Diga senhorita, em que posso ajudá-la? -Formal.

-Óh senhorito, preciso que me alimente! -Ri.

-Nossa, seu inglês me toca lá no profundo. -Riu.

-Ai quinou baibi, ai quinou! (Iknow baby, iknow).

-Nossa, socorro. Aqui jas o Inglês.

-Credo! -Gargalhei.

-Fala logo o que você quer mulher? Se for dinheiro, nem vem!

-O que?! Quando que eu já te pedi dinheiro Chris?

-Ah sei lá, aquela blusa naquele shopping, aquele sapato naquela loja, aquela bolsa naquele supermercado, essas coisas básicas sabe. -Brincou.

-Nossa, nem mentir você sabe! -Ri e fui acompanhada por ele.

-Fala logo Loh, o que está acontecendo?

-Nada, é que eu estou aqui na gravadora e queria ver com você se não queria me dar a honra de sua companhia, mas deixa para la né, eu só quero o seu dinheiro e ma... *interrompida*

-Chego ai em 5 minutos, me espera na porta. -Falou rápido.

-Não precisa, eu estou de car... *interrompida*

-Cala a boca e faz o que eu falei.

-Eita, para que educação né? -Ele desligou- É... -Ri.

Sophie

Se eu dissese que dormi, estaria mentindo. Não preguei os olhos nem por um mísero segundo. Não foi insônia por capricho, foi por preocupação, mente confusa e inquieta. Antes tivesse sido por qualquer coisa, mas não. Se tratava de um dos maiores assuntos da minha vida: Minhas melhores amigas. Claro que eu estava feliz em vê-las, e muito, mas o medo de assusta-las com a "nova eu" era grande e maior que ele era o medo de me assustar com a "nova elas". Lara parecia a mesma, imaginei que de nós três seria a única a se manter fiel ao caráter primário, mas Lorrana... o que tinha acontecido com ela? O que tinha acontecido com a gente? Com Sorrana? Ela parecia me olhar com repulsa e eu sentia que a olhava da mesma maneira, talvez estivéssemos rejeitando a nova personalidade uma da outra. Eu queria a Lorrana escandalosa de antes, mas para isso eu teria que trazer a Sophie palhaça de volta, o que não seria fácil. Tanta coisa aconteceu em apenas 5 anos, foram muitas mudanças sérias! Mudanças muito notáveis a propósito. Okay, muitas mudanças... muitas... certo... mas... MESMO ASSIM! Nós fizemos promessas umas para as outras, como podemos nos esquecer delas e fingir que nunca fomos adolescentes idiotas? Visível que nossa adolescência acabou mas e a nossa essência? Tem que ir junto com ela? Morrer assim? Não, isso não é uma coisa que esta terminando por escolha de uma, foi por escolha de todas. Abandonamos o barco.
Suspirei pesarosamente. Parece que as paredes estão se fechando em volta de mim, me sinto sufocada, parece que o choro esta lutando para sair e minha garganta o proibindo. Preciso de ar, preciso de espaço, preciso de mais tempo, preciso pensar, preciso de... suspirei... preciso de Nova Iorque. É, eu preciso de casa. Balancei a cabeça e me sentei na cama. Tarde demais para querer isso não acha Sophie? Vamos, você consegue. Joguei o edredom para o lado e me levantei indo até a porta e a abrindo. Só queria comer, só precisava comer, só isso. Desci para a cozinha e me deparei com Lara, Brenda e Duda comendo silenciosamente, me perguntei se não estávamos num velorio de ultima hora. Trocamos sorrisos e alguns bom dias por educação, situação desconfortável. Enquanto comia e dormia de olhos abertos, algumas coisas aconteceram ao meu redor depois que Lorrana desceu, mas só me lembro de cenas borradas, efeitos do sono... ou da miopia. Tanto faz. Só acordei do meu transe depois que meus músculos relaxaram com a batida da porta. Sozinha em casa. Sorri. Uma caminhada cairia bem, muito bem mesmo.
Me arrumei e sai. Ah sim, oxigênio circulando livremente pelos meus pulmões. Olhei para os meus pés acompanhando cada passo e os contando. O que eu estou fazendo? Perdendo o controle de tudo? Isso não faz o seu tipo Sophie, tem algo errado com você. Senti minha respiração pesar e só então me dei conta de que estava correndo. coloquei a mão nos joelhos, parando e olhando ao redor. Chega Sophie, você sabe o que tem que fazer, então faça. Será indolor para você, faça e faça agora! Me dei por vencida e comecei a correr, opa! Direção errada, me virei e corri em direção a casa de Lorrana. Entrei e sem pensar providenciei tudo o que era necessário. Estaria em casa em poucas horas. Só bastava uma carta e eu estaria livre novamente. Precisava estar, era necessário. Me sentei e encarei o papel, vamos Sophie, você consegue. Peguei a caneta e abaixei a cabeça. Assim que terminei a carta a coloquei em cima da mesa e peguei minha mala. Apesar de estar feliz de ir para casa, havia uma parte de mim que se recusava a acreditar na atitude que eu estava tomando. Me sentia tão fraca que mal quis me arrumar, fiz o básico para não parecer um horror. Sussurrei um me desculpa assim que fechei a porta. Entrei no taxi e senti uma lágrima solitária rolar. Apenas essa Sophie, não deixe que outras caiam.

Lara

Lorrana me deixou na porta do estúdio e logo acelerou o carro. Entrei concentrada nos meus pensamentos e sem querer esbarrei em alguém, fazendo com que eu e essa pessoa, ainda não conhecida  por mim, fossemos direto para o chão.

-AI SOCORRO! ME DESCULPA, EU NÃO TE VI! -Falei me sentando e olhando para a pessoa e tenho certeza de que fiquei totalemnte vermelha, estilo batom da Taylor Swift! - Ai, Droga, droga, droga, droga! Que vergonha! Meu primeiro dia na agencia e eu derrubo o Ross Lynch! -Falei o reconhecendo e olhando para aquele ser lindo que me encarava segurando o riso.

-Prazer. -Estendeu a mão sorridente- Já que a senhorita sabe o meu nome acho que deveria saber o seu, não?

-Me chamo Lara, Lara Martinez. -Falei segurando sua mão com a minha que estava tremendo.

-Você está bem? -Arqueou uma sobrancelha, segurando minha mão para fazê-la parar de tremer.

-Estou ótima! -Me recuperei piscando algumas vezes.

-Então por que você está tremendo? -Riu.

-Porque... -Pensei um pouco- Pow, você é o Ross Lynch! -Ele soltou uma gargalhada e só então percebi que todos nos olhavam, e o lugar estava cheio caçamba!

-Ér... tenho que ir, sabe onde é o escritório do chefão aqui? -Ele riu com o que eu falei e corei.

-No segundo andar, quinta porta. -Sorrindo simpático.

-Obrigada! -Me levantei enquanto ele continuava no chão- Até! -Sorri e comecei a andar em direção ao elevador, quando minha ficha caiu- ESPERA! -Me virei o vendo no mesmo Lugar me encarando, o que era praticamente do meu lado e se eu soubesse poderia não ter gritado.

-Você gosta de chamar a atenção, não é? -Falou rindo.

-Não, simplesmente acontece... -Sorri de lado- Sabe... você pode tirar uma foto comigo e me dar um autógrafo? -Arqueei uma sobrancelha com medo de sua resposta ser não.

-Claro! -Sorriu bobo.

Tirei uma foto com ele e ele assinou em uma folha do meu caderno, sim eu costumo levar caderno na bolsa caso aconteça um surto de criatividade. Depois de nos despedirmos entrei no elevador e parei no segundo andar. Nem preciso falar que esqueci qual era a sala e entrei logo na primeira vendo um homem peludo com uma frauda gigante comendo um sanduíche enorme. Comentários sobre: Estranho.
Bati na quinta porta e escutei um "entra" entrei na sala ainda rindo do acontecido e vi um homem de aparentemente 35 anos sentado na cadeira com óculos de grau e uma roupa combinando. Ele era gato.

-Senhor Clark?

-O próprio. -Sorriu- Mas me chame de Menson. -Sorriu simpático.

-Claro Menson, mas o que eu devo fazer?

-Bom, fiquei sabendo que você derrubou o seu primeiro trabalho no chão hoje assim que chegou. -Segurou o riso.

-Você está brincando, né?!!! Como você... *interrompida*

-Internet minha cara, internet.

-Mas já?! -Isso é basicamente impossível!

-É, bem vinda ao mundo dos famosos. -Riu- Quando alguém derruba um deles a noticia é instantânea. -Piscou.

-Você só pode estar brincando. -Permaneci em choque, meu mico esta na internet!

-Na verdade, não! -Virou a tele do notebook mostrando a foto me fazendo virar um pimentão corar- E você vai fotografar ele hoje. -Meu queixo caiu.

-Ér... o que devo fazer? -Tentei parecer o mais profissional possível, se bem que depois do acontecido não sei se deu muito certo.

-Os equipamentos já estão na sala, é só entrar la e exercer seu talento. -Piscou

-Tudo bem. -Sorri envergonhada.

Terminamos nossa conversa, resolvemos as coisas, os acordos, as regras e Menson pediu para um de seus assistentes me levar até a sala em que eu tiraria as fotos. A tarde passou como furacão, nem percebi o tempo voar e quando fui me dar conta ja eram 17:00 pm. O dia foi bem divertido, principalmente por descobrir que o Ross é muito legal e engraçado. Ele ficou fazendo palhaçada o tempo todo, mas pedi para que ele parasse, afinal,  não gostaria de perder meu emprego já no primeiro dia.
A parte mais empolgante de tudo é que tem um refeitório no estúdio, todos nós da equipe almoçamos juntos e eu acabei conhecendo muita gente. Não me lembro de quase ninguém, mas conheci.
Assim que terminei minhas tarefas e me despedi do pessoal, Lorrana me ligou.

-Lara? -Parecia eufórica.

-Em carne e osso.

-Acabei de sair do jogo dos meninos, eles venceram, uhul -Gritou- Posso ir te buscar? -Que meninos? Perdi alguma coisa?

-Siiim! -Ignorei o que não sabia.

-Nossa por que tanta animação? O dia foi bom? -Quando ela me perguntou isso lembrei de todas as vezes que Ross me fez rir e de como as pessoas da agência são engraçadas e principalmente de quando cheguei e acidentalmente derrubei Ross no chão e comecei a rir no telefone- Lara?! -Confusa.

-O meu dia foi ótimo! -Respondi com a voz fina pelo fato de estar prendendo a respiração para não rir.

-Você vai me contar tudo assim que entrar no carro, to chegando, pode ir pra porta.

-Ok, estou indo.

Me levantei e fui andando até a porta enquanto ouvia música e olhava as minhas fotos com Zach no celular. Percebi alguém andando do meu lado, sem pensar duas vezes dei o maior grito que consegui usando todo o ar dos meus pulmões.

-AI MEUS TÍMPANOS! QUER ME DEIXAR SURDO??? -Ross falou colocando as mãos nos ouvidos.

-Não! -Falei arfando pela falta de ar e com as mãos no peito, na tentativa de me acalmar

-E novamente todos estão olhando para nós... -Falou destapando o ouvido e olhando em volta.

-É que você brilha. -Falei na inocência.

-Como? -Confuso.

-É, você brilha. -Vi ele fazer uma careta confuso e ri- Você é famoso, chama a atenção, sabe?

-Ah sim... -Desfazendo a careta- Eu brilho por causa da fama, você brilha por conta própria! -Riu.

-Achei ofensivo... -Fiz biquinho, mas logo desfiz lembrando de Lorrana- AAHHHH!!! -Ele tampou minha boca e eu fiquei quieta. Pisquei assustada e estática, enquanto ele me encarava da mesma maneira. Piscamos mais algumas vezes, eu assustada e ele... Também, mas de maneiras diferentes. Ele tirou a mão da minha boca- Você conhece uma Lorrana?!!! -Perguntei como se nada tivesse acontecido- Ela é cantora também!!! -Sorri empolgada. Ele arqueou uma sobrancelha mas continuou o assunto, tentando me acompanhar, ou entender... Ou tentando não ter medo de mim. Sei lá.

-Sei quem é, vou tirar foto com ela semana que vem. -Enfiou as mãos no bolso e sorriu torto.

-ESTA BRINCANDO?!!! -Ele me olhou com cara de tédio e percebi que havia gritado de novo- Desculpa -Coloquei as mãos na boca rapidamente- É que ela é minha amiga, moramos juntas agora, e ela está chegando ai para me buscar.

-Que legal, isso significa que não é a ultima vez que nos veremos. -Sorriu.

-É. -Sorri- Ser amiga de mais um famoso. Acho que estou tendo muita sorte ultimamente! -Rimos- Eu tenho mesmo que ir, a Lorrana já deve estar ai fora! Tchau Ross!!! -Sai correndo e escutei ele gritar "ÓTIMO JEITO DE SE DESPEDIR!" ri enquanto saia pela porta.

Vi o carro de Lorrana estacionado e imaginei que ela gritaria comigo assim que eu entrasse no carro por ter feito ela esperar. Desci a escadaria correndo e na metade dela, meu pé se embolou e eu quase rolei escadaria a baixo, escutei todos a volta rirem e entrei sem graça no carro, escutando a risada escandalosa de Lorrana, provavelmente provocada pela minha quase queda.

-Sem comentários! -Coloquei as mãos no rosto, já sentindo o mesmo quente.

-Okay... -Segurando a gargalhada. Olhei para ela que estava igual um pimentão. Oh dó.

-Pode rir amiga. -Me dei por vencida.

-Eu... -Começou a gargalhar escandalosamente. Preciso dizer que me contagiou? Não? Não? Ótimo! Foram 15 minutos de falas incompreensíveis misturadas de gargalhadas gritantes. Resultado: Rostos vermelho e respirações descompassadas.

-Ui, acho que já deu hein amiga... -Arfei.

-É... -Respirou fundo enxugando as lágrimas. Sim, ela literalmente chorou de tanto rir.- Liga o rádio ai... -Ligando a ignição do carro.

-#Xá comigo! (Deixa comigo) -Liguei o rádio.

O caminho foi um pouco interessante. Lorrana ria, dirigia e cantava/gritava ao mesmo tempo, enquanto eu me segurava no cinto de segurança, ria e cantava/gritava.
Cena interessante e desesperadora, já que ela fazia curvas proibidas até para Velozes e Furiosos nos drifts e eu me agarrava no cinto de segurança com toda a minha força. Paramos no drive thru de algum restaurante de comida japonesa, não me pergunte o nome, não falo japonês.
Chegamos em casa as gargalhadas. Foi divertido. Como nos velhos tempos. Lorrana abriu a porta da casa e eu entrei, sendo seguida por ela. Riamos da confusão que foi fazer os pedidos, e que confusão!
As luzes estavam apagadas, a Lorrana havia falado que a Brenda e a Duda dormiriam fora, mas cade a Sophie? Paramos de rir aos poucos percebendo o silêncio e o vazio da casa. Vi um envelope improvisado em cima da mesinha de centro, arregalei os olhos, em filme, isso não é um bom sinal. Lorrana percebeu para onde o meu olhar se direcionava e também focou o seu no envelope. Caminhei até a mesinha e peguei o envelope com medo, sei lá, vai que a Sophie foi sequestrada! Abri o pequeno papel improvisado de envelope e de lá tirei a carta. Senti o papel ser puxado da minha mão e eu não entendi nada, Lorrana simplesmente saiu correndo.

-MAS O QUE?! -Sai correndo atrás- Lorrana!!! -Vi ela parar na metade da escada- O que foi isso?! -Subi até o mesmo degrau que ela.

-Você demora um século para ler uma carta! -Riu- É só uma carta Lara, não é pra ter medo, coisa boba! -Fez uma careta.

-Ah, sei lá né! -Levantei os braços- Vai que é uma notícia ruim... -Continuei falando enquanto ela passava o olho pela carta- Vai que a Sophie foi sequestrada, ou a Bêh, ou a Duda, ou sei lá, a gente está recebendo um aviso do governo sobre um possível ataque terrorista onde nós duas, as únicas que podem ajudar no caso, receberemos um treinamento profissional, ou o governo quer fazer experiências com a gente e nos transformar em super-heroínas... Ou quem sabe a gente recebeu o aviso de que tem uma conta atrasada. -Fiz uma cara de tédio- Prefiro a teoria dos super-heróis. Eu iria voar, não... Eu iria correr muito rápido! Não, não! Eu iria ser... -Parei ao ver a expressão de Lorrana. Seu sorriso se desfez rapidamente sendo substituído por olhos arregalados e semblante pálido- Aiaiai! Eu disse! -Coloquei a mão na testa- Quem vai ser o experimento científico?!!! -Perguntei preocupada. Lorrana olhou aflita para mim e eu correspondi no mesmo olhar. Por um momento ela exitou, mas pareceu entender que eu merecia saber o que aquela carta continha.




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OKAYYY
POSTEEEEI
UHUUUUUUL LOL
Meninas é o seguinte, fiz o possivel pra postar esse cap hj, então ignorem qualquer erro de portugues pfv...
vcs viram que mudou um pouquinho o jeito de escrever, entao ne...kk
outra coisa, não se acostumem com big capitulo como esse, ele ja estava pronto e considerem como um bonus pela volta do blog, mas os capitulos não serão tão gigantes vou dar uma diminuida por questão de eficiencia, garanto que vou postar ais vezes se eles forem menores okay? Desculpa qualquer erroa qui tbm, to digitando mto rapido e não vou poder corrigir, sorry... QUERO COMENTARIOS PFV SHUASHUAHSUA amor vcs
XxLoh

quinta-feira, 1 de maio de 2014

I'm back flowers!

Me julgue por amar essa foto!
Opa! To de volta bonequinhas =)
Flores do meu jardim vou implorar pelo perdão de vocês, ta? bom, então vamos la...
Estou de joelhos com um buque de rosas na mão, aos prantos, fazendo aquele escândalo vergonhoso e implorando pelo perdão de vocês.
"ME PERDOEEEEEEEEM POR FAVOR! NÃO FIZ POR MAL, DESCULPA! EU SEI QUE EU ERREI, ME PERDOA, ME ACEITA DE VOLTA?!"
Essa é a hora e que vocês sentem pena e me aceitam ta? Por favor sigam o roteiro.

Falando serio meninas (ou, quem sabe, meninos) eu parei por um ano um tempo com a fic porque aconteceram tantas coisinhas que meio que me desanimaram e também porque não estava me agradando muito e bla bla bla, sem contar com os estudos né. A vida é assim cara, uma hora você escreve uma fic e na outra você descobre que sua cachorra estava com gravidez pisicológica, pois é, nada fácil. Bom my flowers, eu voltei para vocês (se é que ainda estão por ai, o que eu duvido) e para novas leitoras =) bem vindas a família mais estranha e legal do mundo a humildade não se encontra no momento.
Certo, quero dizer algumas coisinhas como por exemplo: EU ESTUDO OKAY?! gente, farei o possível pra postar seeeeeeeeeempre que der, vou até digitar pelo celular pra andar mais rapiude, só que eu tenho provas todas as quintas, ou seja, devo postar muito nos finais de semana porque farei o possível para isso. Girls, eu tenho o capitulo 3 quase pronto a um tempãaaaaao e irei postar logo logo, porém... a questão é: Se passou um ano cara e eu mudei muito meu estilo pra escrever e tal, daaaaai o que faremos? depois do capitulo 3 eu posso mudar muitooooo o meu jeito de escrever, entoa não estranhem, compreendam! Quero que interajam comigo ouviram leram ?!?! Se tiver um saco falem "Lorrana, muda sá bosta, thank you!" e eu o farei por vocês babys.
Gente... eu acho que é só, qualquer coisa ou duvida vão me procurar na minha segunda casa: @lorranacaldas ou @adultornot

Quero agradecer a alguém em especial por me incentivar de uma forma que talvez nem ela saiba, valeu mesmo lindona @cr4zymof4 você é responsável pela volta do blog ;)

Beijo gatinhaaas, XxLoh